…ou “A bermuda ceifadora de pênis do mal”.
Fui contratado para essa coluna para falar sobre adolescentes e tals, mas eu acho que convém relatar sobre um dia ensolarado de sábado, onde quase tive meu pênis amputado. Foi maneiro.
Eu acho que os primeiros traços da adolêscencia (para os garotos) são as mudanças corporais: Os pentelhos nascendo, a voz de Daniela Cicarelli, as ereções descontroladas em lugares públicos (problema sério esse ein).
Agora eu tô pensando: O QUE EU FARIA SEM O MEU PÊNIS? Talvez eu nem poderia ser classificado como adolescente sem ele. Ele é o cabo USB que eu conecto na vida, e que de certa forma, “amaDURECE” junto comigo. É uma espécie de Toddynho orgânico: um companheiro de aventuras.
A puberdade começa primeiro com ele, sem ele eu seria um protótipo de boneco Ken, argh.
E além do mais, sem um braço, sem uma perna, há superação. Você pode se tornar um exemplo de vida, sem o pinto, você só vira uma piada. Só isso.
Acredito que grande parcela de culpa do Brasil não ir pra frente, e do Stallone ter falado aquelas coisas, é de uma empresa que VENDIA E FABRICAVA POCHETES. A Hang Looser, com certeza foi ceifadora dos bons costumes de uma geração.
DICA DA VIDA: Não confie em quem ainda usa algo da Hang Loose. Essa pessoa está tentando cortar os seus dedos restantes para fazer uma mão completa (sério).
Pois bem, dormir de bermuda sem cueca não é um hábito meu. Mas a Sexta à noite foi tão agitada quanto a de um monge, então eu decidi dormir do jeito que estava. Sem cueca, porque eu gosto de viver perigosamente. Por volta das 9 horas da manhã, eu decidi levantar, tomar um café, tentar assistir Padrinhos Mágicos…
Eis que em um súbito movimento estratégico, fechei o zíper. Senti aquela fisgada poderosa e tentei puxar ainda mais para baixo, piorando a situação. Meu pinto estava bruscamente preso no zíper.
Não tenho capacidade intelectual para tentar explicar de que forma ele estava ali, enjaulado, mas posso dizer que tomou o lugar do trilho do zíper. Meu pênis era um refém e o zíper era um membro das FARC.
Eu acho que eu nunca gritei tanto na vida. Eu gritei tanto que o IBGE deveria colocar mais uma opção no Censo perguntando ”quem ouviu o Marcos?” e levantar dados estatísticos.
Meu pai não tem carro e nem sabe dirigir. Então, ligamos para um taxista e fomos tentar achar uma maneira de cortar a calça e deixar só o “pingente”, mas a bermuda parecia uma calça de goleiro de hockey e não cortava nem com um sabre de luz, amigo.
Amarrei uma toalha em volta da região, e segurei as calças pelo lado, pois o peso da bermuda fazia meu pênis LATEJAR de tanta dor.
- Pai, promete pra mim que você NÃO VAI contar nada pra ninguém? Nem pro taxista?
– Prometo, filho. Pode ficar tranquilo.
Advinha a primeira coisa que eu ouço enquanto me rastejo pro carro?
- PÔ, O MULEQUE CONSEGUE PRENDER O PAU NO ZÍPER EM PLENO SÁBADO DE MANHÃ, VÔ TE CONTAR…
Até hoje eu não contabilizei o número de pessoas que devem saber dessa história através do meu pai. Mais uma sugestão pro Censo, porque não devem ser poucas.
Chegando ao hospital, a minha habilidade de comoção era tão articulada quanto à do C3P0, então esperei meus pais irem esperar na fila. Hospital público no Brasil é igual o Teleton: Você só é melhor recepcionado quando perde uma perna.
- Senhor, você poderia estar aguardando no final da fila, por favor?
- MINHA SENHORA, MEU FILHO ESTÁ COM O PAU PRESO NO ZÍPER, SERÁ QUE VOCÊ NÃO PERCEBEU???
Subitamente, todos viraram seus olhares para mim (e com razão):
Milhares de coisas passam na sua cabeça quando você está prestes a passar por uma cirurgia. Por exemplo, da sala que me encaminharam, estava saindo um cara com uma perna amputada. E ainda me mandaram pra sala de MICROcirurgia, já não bastava o golpe no ego que foi uma espora presa no meu playground.
AGORA VAMOS FALAR SOBRE MÉDICOS. Médicos são humoristas. Explico. Eles já viram muita coisa pior, quando olham pra você, veem apenas um local de trabalho. É tipo o Alexandre Frota olhando pra uma mulher.
- Eai, cara! Como você conseguiu essa façanha? rsrss
- Bem, eu ai levantar pra comer meu pão na chapa, daí eu prendi.
- E a Mary, vai ficar com ela? rsrsrs
- ¬¬’
CALA BOCA CARDOSO
Aplicaram algumas anestesias na minha virilha e foi uma das coisas mais locas da minha vida. Encostar no próprio pênis e não sentir é algo, assim, surreal. Fiz até um pintocoptero.
Os médicos analisaram durante um tempo a situação e não faziam ideia por onde começar e cogitaram até o uso de um alicate (glurp), mas no final, arrancaram com um bom e velho PUXÃO.
- Então, quer guardar pra fazer um colarzinho? rsrsrss
Eu odeio médicos. Se você acha que um urologista é completamente profissional ao enfiar o dedo no seu rabo, saiba: Ele está sorrindo por dentro.
E quando ele escreve tudo errado na sua receita, ele tem consciência plena que ninguém vai entender aquela merda, nutrindo seu humor alternativo.
E na volta, fomos de ônibus. SIM, DE ÔNIBUS. Com um fenda quase que espacial no meio da minha bermuda e um ônibus cheio. Com a anestesia passando, eu já podia sentir o lado esquerdo do meu saco escrotal voltando à vida. Me lembrou até o Gato de Schrödinger.
Foi uma experiência bastante educativa.
A grande moral da história é: Não tem moral nenhuma, só cuida do seu pinto e tá blz.
1 comentários:
kkkk aconteceu a mesma coisa cmg hj
Postar um comentário